quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Superman: A importância de Lois Lane nos 74 anos de história do casal

Superman e Mulher-Maravilha:
Oficialmente juntos
Quando a DC Comics resolveu reformular seu universo de super-heróis, eles não mudaram somente as personalidades, uniformes, origens, mas também decidiram mudar a vida dos personagens. Mas a principal mudança, foi sem sombra de dúvida, a do Superman. Neste novo universo, Lois e Clark não estão juntos, não se gostam e a repórter ainda tem um namorado. E o que ficou para o Homem de Aço? Ontem a capa da revista da Liga da Justiça mostrava ele aos beijos com a princesa amazona. E o editor diz que é sério, que durará e que Lois não ficará com Clark. Mas se formos analisar a história do casal, veremos que esta sendo apagado 74 anos de história.

NASCE LOIS LANE

Lois Lane nasceu junto com o Superman, estrearam juntos na Action Comics # 1, em 1938. A dupla de criadores do Homem de Aço contrataram uma modelo profissional para servir de molde à amada do herói. Baseado em uma velha colega de colégio chamada Lois Amster, Jerry Siegel criou Lois Lane, inaugurando a tradição dos duplos “eles”. A modelo contratada chamava-se Joanne Carter e seu rosto e jeito foram traduzidos ao papel por Joe Shuster. E, pouco depois, Siegel casou com ela!

Esboço de Lois Lane a partir de 
Joanne Carter, depois Joanne Siegel. 

Na sua primeira aparição, Lois Lane era o estereótipo da mocinha sempre em perigo que precisava ser sempre salva pelo herói, mas com o tempo, foi ganhando muito mais competência e perspicácia.. Era o começo da Segunda Guerra Mundial, e enquanto os homens eram convocados, as mulheres nos Estados Unidos assumiam suas tarefas e funções. Deste modo, Lois Lane mostrava que conseguia ser a melhor jornalista do Estrela Diária(mais tarde passou para Planeta Diário), mais capaz do que qualquer homem, até mesmo Clark Kent.
Com o fim da Guerra, os homens voltaram e queriam que as mulheres voltassem a "seus lugares", então a repórter ousada da primeira metade de 1940, passou a ser a menina encantando com o mito do Superman. Deixou de fazer reportagens importantes sobre o crime organizado para tentar descobrir a identidade secreta do Superman. Ela achava que ele tinha, mas não sabia qual. Como ela, tão inteligente não percebeu que os dois eram um só, já que sempre via os dois? Mistério.
Nas aventuras pós-1940, era a típica
mocinha em perigo.
Já Clark fazia de tudo para que Lois o notasse, pois estava apaixonado e não queria que ela gostasse de sua outra identidade. Agora Clark disputava com ele mesmo o coração da linda repórter.

A CRISE NOS QUADRINHOS

Com o fim da Grande Depressão e da 2ª Guerra Mundial, os quadrinhos começaram a entrar em crise, mas o Superman se mantinha firme e forte, talvez pelo movimento liderado pelo Senador MacCarthy, o "machartismo", que perseguia comunistas e artistas que questionavam o status quo norte-americano. Isto tornou a repórter ousada em "moça casadoira" no fim dos anos 40.
Naquele tempo não pegava bem uma repórter intrépida, ousada, inteligente, mais competente que os homens. Ela tinha apenas que ser a mocinha em perigo, que precisava ser salva a cada edição, que vivia babando pelo Homem de Aço.

E SURGE UMA RIVAL

Lois Lane ganha uma revista.
Então surge uma rival para Lois Lane, disputando o coração do Homem de Aço. Nos anos 50, aparece Lana Lang ( olha o duplo L aí), uma menina do passado de Clark de Smallville, que era apaixonada pelo Superboy, a mesma dictomia que existia com a Lois. Na época, os leitores queriam saber o que tinha acontecido com Lana quando Clark cresceu, deixou de ser Superboy e veio à Metropolis. Para responder a  esta pergunta, os escritores colocaram Lana para trabalhar no Planeta Diário e agora as duas disputavam descobrir a identidade secreta do Super, tentando provar qual era a merecedora do coração do herói.
Aproveitando este cenário, foi criado a revista Superman´s Girlfriend Lois Lane, em 1958. Mas o foco da revista era as aventuras românticas de uma garota atrás de um homem, para amenizar a coisa, em vez das aventuras da intrépida repórter. Nos anos 70 tentou-se retomar a Lois Lane jornalista, ousada, aproveitando-se da onda do movimento feminista. Mas daí era tarde demais, e as baixas vendas cancelaram a revista em 1974.
Antes do cancelamento, nas mais da 130 edições da revista, Lois teve que enfrentar não somente Lana Lang pelo coração do herói, mas outras rivais como Loris Lemaris (uma sereia), Luma Lynai, Lyla Lerrol e Liza Landis. Como se não bastasse os “duplos L.L.”, ainda havia as super-heroínas, como a Mulher-Maravilha(é, este caso é antigo).

Superman e Mulher-Maravilha é um
caso bem antigo.
Mas Lois não era exatamente uma garota fiel, já esteve envolvida em outros casos, com pessoas normais, com Lex Luthor (nossa, que fetiche por duplo L) até com super-heróis, como o Batman, neste caso, seu alter-ego Bruce Wayne. Mas deu uns beijos no Arqueiro Verde.
Nos anos 50 e 60, o clima bizarro e fantasioso tomou conta das aventuras do Superman e as coisas mais ridículas aconteciam a Lois, como transformações físicas, como ficar gorda, ganhar superpoderes, virar bruxa, etc. Até se tornar negra para se infiltra em um gueto para fazer matéria ocorreu, considerada a edição mais politicamente incorreta dos anos 70.
A série de TV dos anos 50 - As Aventuras do Superman- o lado policial do trabalho de Lois e Clark estava presente, mas, ainda Lois precisava ser salva e corria atras de descobrir a identidade do herói.

CHEGA OS ANOS 70 E CRESCE O FEMINISMO

Com as diversas transformações sócio-culturais que os EUA se via na metade dos anos 60, as revistas do Superman não eram as mais vendidas, graças a chegada da Marvel, com seus heróis mais humanos e interessantes. A Marvel começava a dominar o mercado, e a DC demorou para perceber as mudanças.
Margot Kidder, a mais importante Lois Lane, influenciou
a reformulação da personagem com seu jeito elétrico.
No início dos anos 70, a DC colocou uma nova geração de artistas para dar maior “verossimilhança” aos seus principais heróis. Batman, Patrulha do Destino, Lanterna e Arqueiro Verde foram as séries com melhores resultados nesse quesito. Tentaram com o Superman e, com o crescente movimento feminista, Lois passou a ter esse novo comportamento da mulher.
Lois mudou, voltou a ser a melhor repórter do Planeta Diário, se vestia com roupas um tanto masculinas, não usava maquiagem, diversas vezes era vista fumando e conseguia ser extremamente ácida e perspicaz quando estava de serviço. Mas continuava se derretendo pelo Superman. E Clark desistia de tentar conquista-la, saía do Planeta Diário e ia trabalhar como apresentador em um telejornal, onde Lana também foi trabalhar. 
Agora a coisa era diferente. O papel da donzela em perigo ficou a cargo da Lana Lang, enquanto Lois fazia reportagens sobre o submundo do crime, e quando se metia em apuros, não era raro se salvar sem a ajuda do Homem de Aço. Em um determinado momento dos anos 70, o Super e Lois chegaram a admitirem que se amavam, trocaram uns beijos, mas como a relação dela com Clark nunca andou, o herói nunca se conformou com esta situação.
Em muitos aspectos foi essa Lois Lane que acabou retratada pela atriz Margot Kidder no fabuloso filme do Superman, em 1978. Ela podia ser sarcástica e sem piedade com Clark Kent, mas sempre seria a menina deslumbrada quando o herói a carregava num vôo sobre Metrópolis. O filme, por sua vez, teria enorme influência na reformulação da jornalista quando pelas mãos de John Byrne, em 1986.

CHEGA CRISES NAS INFINITAS TERRAS E O NOVO SUPERMAN POR JOHN BYRNE

A nova Lois Lane não era mais a
mocinha que precisava ser salva pelo
herói todo dia.
Então, em 1985 estreava a maxi-série Crises nas Infinitas Terras, uma série que vinha para acabar de vez com a bagunça cronológica que tinha se tornado o Universo DC, que de acordo com a editora, afastava novos leitores. Então a DC contratou renomados autores para recontarem a origem, atualizar os personagens e sua visão dos heróis no novo mundo.
A tarefa mais difícil ficou a cargo do canadense Jonh Byrne: reapresentar o Homem de Aço a uma nova geração. Seu principal objetivo foi “humanizar” o personagem, tornando Clark Kent, mais importante do que sua origem alienígena (Kal-El) ou até mesmo que o herói uniformizado, Superman.
Na nova origem do Homem de Aço, o primeiro encontro de Lois e Clark é quando ele salva a vida da jornalista, que estava caindo junto com um ônibus espacial. Ainda não existia o Superman, apenas um jovem anônimo que utilizava seus poderes secretamente para salvar o mundo, incógnito. Mas agora Lois Lane, e vários outros repórteres viram seu rosto, e ele jamais poderá voltar ao anonimato. É dessa forma que Jonathan Kent tem a idéia de disfarçar o rosto de seu filho com óculos, um cabelo penteado para trás, esconder a altura e o porte físico, e falar diferente, timidamente, num tom mais baixo e menos confiante.
Desse modo, ao encontrar o recém-contratado Clark Kent no Planeta Diário, embora perceba uma semelhança ao Superman, e chegar a pensar no assunto, acho-o um "molenga" grandalhão, um zé-ninguém apenas parecido. E porque alguém tão poderoso iria andar disfarçado?
Teri Hatcher foi a Lois Lane na série de TV Lois e Clark,
sendo mais importante que o próprio Clark.
A Lois Lane pós-John Byrne não está mais preocupada em descobrir a identidade secreta do Superman, simplesmente porque ninguém desconfia que ele teria uma identidade secreta. Também uma característica importante nesta nova Lois, é que, embora apaixonado pelo Super, ela não revela seus sentimentos, e Clark mesmo admitindo gostar dela, não tem chances por causa da rivalidade entre ambos no jornal, ainda mais que o emprego foi conseguido com uma exclusiva com o Superman, algo que Lois tentava a semanas e por causa disso, ela nunca o perdoou.
Para compensar esse "deslize" da ética jornalistica, Clark não faz muitas matérias sobre o Superman, deixando para Lois cobrir o assunto, assim ela ganha o apelido de "namoradinha do Superman" o que a deixa irritada, mas secretamente se sente lisonjeada. 
Byrne afirmou que suas influências para a reformulação de Lois foram a atriz Margot Kidder e a Lois original, criada por Jerry Siegel e Joe Shuster em 1938. “Ela não era simplesmente uma cabeça de vento. Ela se metia em encrencas porque era corajosa e estava trabalhando”, comentou o autor. Já a relação do Lois e Clark ele se inspirou em uma série de sucesso, a Gata e o Rato, com Bruce Willis e Cybill Shepherd, ao qual os dois protagonistas se gostavam, mas só viviam brigando.
Embora Byrne tenha deixado os personagens, e tenham diversos autores colaborado com as histórias, ela basicamente mantém estas características até hoje, de uma repórter corajosa e competente, uma mulher independente e muito segura de si, e em muitos aspectos menos inocente sobre a vida e as pessoas, ao contrário do Superman.
Sua história pessoal foi muita enriquecida nesse período: descobrimos que ela tenta trabalhar no Planeta Diário desde que tinha 13 anos de idade, e já era uma repórter veterana, quando Clark Kent deu as caras por lá. Seu pai é o general linha dura Sam Lane, que sempre quis ter um filho, mas acabou com duas filhas, e talvez por isso Lois sempre se esforçou em demonstrar independência e garra, o que seu pai esperaria de um homem. Sua mãe foi funcionária da Lexcorp. E o milionário Lex Luthor, mas de uma vez tentou ganhar a repórter, mas falhou miseravelmente.
Erica Durance foi Lois na série Smallville.
Com tanta importância quanto Teri, roubou a
cena e tirou a importância de Lana, que era a
protagonista.  
Clark Kent teve bastante concorrência pelo amor de Lois Lane, nos primeiros anos de reformulação. Tentativas do milionário Lex Luthor, namorou José Delgado, o herói Predador, e quando Superman se exilou no espaço, Lois percebeu que o Homem de Aço era inalcançável, assim como um ator é para sua fã, decidiu finalmente ter um relacionamento com seu colega de trabalho, Clark Kent. Após um tempo de namoro, ele decide contar seu segredo a Lois, que até aceitou bem, pois acreditava que amava dois homens diferentes e na verdade eram a mesma pessoa.
As coisas aconteceram relativamente rápido no “pós-Crise”. Após 50 anos de “namoro”, Clark pediu Lois em casamento, e os dois se casaram praticamente ao mesmo tempo nos quadrinhos e na TV, quando o seriado Lois & Clark estava em alta. Aliás, há uma “história secreta” sobre o casamento. Lois e Clark deveriam se casar em 1992, mas esse era o ano em que começou a se planejar a nova série de TV. Então, a Warner pediu para “segurarem” o desenlace matrimonial, e a DC teve que desenvolver uma nova história. Foi assim que nasceu “A Morte do Superman”.
A série de TV “Lois & Clark: As Novas Aventuras do Superman” teve cinco temporadas e relativo sucesso, principalmente entre o público adolescente. Sua principal premissa era o relacionamento profissional – e mais tarde romântico – entre os protagonistas. A personagem da bela atriz Teri Hatcher, um dos grandes motivos para o sucesso da série, era tão ou até mais importante que seu parceiro, Dean Cain, que fazia Clark Kent. A maioria das histórias girava em torno das reportagens de Lois e Clark, que trabalhavam como uma dupla, inicialmente como rivais, mais tarde como colegas e depois amantes. Lex Luthor era o principal vilão da série, mas também interesse romântico de Lois na primeira temporada, e depois retornaria algumas vezes sempre com o plano de seqüestrar a heroína e a convencer a reatar o romance. 
Kate Bosworth como Lois Lane em Superman Returns:
Muito jovem para o papel, não fez sucesso.

Na série houve seu grande episódio, o casamento de Lois e Clark, ao mesmo tempo que chegava às bancas dos EUA, a edição luxuosa do casamento dos personagens. No Brasil até houve um "convite de casamento" para alguns felizardos. Deste a Morte de Superman um evento dos quadrinhos ganhou tanto destaque na imprensa, mostrando que Lois Lane era a "namorada do herói" mais famosa dos quadrinhos, quiçá da ficção mundial.
Após o matrimonio, o companheirismo do casal se aprofundou ainda mais, tornando Lois mais importante do que jamais foi, não somente sendo companheira de aventuras, mas principal conselheira e muitas vezes salvando a vida do herói. Na série Smallville, que retrata a juventude de Clark Kent, Lois Lane chegou na 4ª temporada e tirou a importância da protagonista Lana Lang, que acabou saindo da série antes da 10ª e última temporada, só aparecendo em participações especiais em alguns capítulos. E na série, com a saída de Lana, Clark e Lois começam a namorar.  
Amy Adams será a nova Lois Lane no
novo filme, Superman - O Homem de Aço
Agora, com o reboot do Universo DC, Superman muda de personalidade, roupa e agora de namorada. Superman e Lois, neste novo 52, como é chamado, não tem nenhuma relação, Lois não aparenta nenhum envolvimento ou mesmo mostra algum sentimento pelo Homem de Aço e gosta de Clark apenas como colega. Ao colocar o Super nos braços da Mulher-Maravilha, ao qual já teve vários flertes e beijos durante estes mais de 70 anos, diga-se de passagem, acaba mudando o status quo do casal mais famoso do mundo. Talvez a personalidade de Lois continue a mesma, uma mulher dos anos 2000, mas e sua importância para a  vida do Superman? Ao escolher Lois Lane, uma mulher comum, em vez da Mulher-Maravilha, mostrava que o lado humano do Superman era mais forte, e escolheu a humanidade em vez de abraçar sua "divindade". Aos editores fazerem o Super não se interessar pela Lois, faz que 74 anos de histórias sejam deixadas de lado. Será realmente que este novo Universo DC será totalmente diferente? Só o tempo dirá.
Superma e Lois Lane é o casal mais famoso do mundo. A DC realmente esta disposta a mudar isto?

Um comentário:

  1. Prefiro o Super com a MM!! Lois Lane... por mais que os autores e roteiristas a escrevam (ou pelo menos tentem!!!) como uma mulher modernosa, ousada, repórter investigativa e "prafrentex"... no fundo sempre será A MOCINHA EM PERIGO. É isso que a personagem é enquanto ARQUÉTIPO! Ela foi criada para isso: despencar dos prédios, aeronaves, fugir dos bandidos e correr inúmeros perigos, para ao final ser salva pelo galante Cavaleiro/Príncipe de capa esvoaçante( e vermelha!) . Mesmo no Filme " O Homem de Aço", onde a Lois é até uma " Lois mais legal", no frigir dos ovos, ela não fez mais que isso! É um recurso literário muito conhecido, usado para evidenciar, ainda mais, o poder e os atributos heróicos do paladino em questão. Isso é um fato. E é muito ARCAICO, ANTIQUADO E...CLICHÊ! Se funciona? Claro... e continuará funcionando, embora de maneiras disfarçadas, por muito tempo ainda. Mas a sociedade vem se modificando e vejo esse envolvimento entre o Super e a MM como um reflexo dessas mudanças. Seria como um paralelo, como acontece com todo mundo. Somos todos protagonistas de nossas próprias historias "solos" até que um dia (ou não...rsrsrs!) encontramos uma outra pessoa, também protagonista de sua própria historia e nos encantamos, nos enamoramos e apaixonamos! Unindo essas duas historias! Agora falando em HQs... Não creio que realmente vá durar, dentro de 5 ou no máximo 10 anos o Superman vai estar de volta aos braços da Lois....salvando-a de alguma enrascada. Vai estar tudo de volta a mesmice de sempre! No meu ponto de vista Diana é a companheira adequada para Kal-el/ Clark e vice versa. SUPERMAN E MULHER MARAVILHA SÃO SUFICIENTEMENTE PARECIDOS, no sentido de estarem em um mesmo patamar. Como é nos casamentos/relacionamentos saudáveis (ênfase na palavra "saudáveis" em detrimento da palavra "perfeitos", que obviamente não existe). Apenas quando estamos no mesmo patamar que nossos companheiros/cônjuges é que realmente conseguimos enxergar o outro como MEU IGUAL. Caso contrario, o companheiro/cônjuge, embora não deixe de ser e exercer essa função, fica reduzido a um mero figurante, elenco de apoio, e COADJUVANTE! No caso de uma mulher, seja real ou fictícia, fica reduzida a um mero bibelô, um enfeite feminino bonito, preferencialmente doce e sobretudo: PENETRÁVEL! SUPERMAN E MULHER MARAVILHA TAMBÉM SÃO SUFICIENTEMENTE DIFERENTES para servirem como um complemento um do outro. Ele é Ficção Cientifica! Ela é Fantasia e Mito. Ele, embora seja Alienígena e ter o poder de um deus, foi criado por pais humildes, como um fazendeiro do Kansas, ou seja é Cristão( provavelmente, dado ao histórico geográfico e político... é Batista, Presbiteriano ou Metodista: PROTESTANTE!), capitalista, estadunidense até o âmago. Ela, embora seja Terráquea, e vista as cores e símbolos de um certo país da America do Norte, provem de uma cultura totalmente diferente! Matriarcal, marcial, isolada e... PAGÃ! E ela, alem de ser da realeza, pois é a orgulhosa princesa de sua nação, ainda tem laços fortes (e isso independe se estamos falando da versão atual, filha de Zeus e Hipolyta ou da versão clássica: a estatua de barro que ganha vida por intervenção divina!) com a divindade! Ele é o guardião da sociedade... como a sociedade é! Pois ele foi criado aqui...como qualquer um de nós!! Ela chegou a pouco tempo em nossa sociedade, está maravilhada, muito espantada e ...quer mudar o mundo!! Compreendem o potencial literário que ambos tem estando juntos?? O quanto de COMBUSTÍVEL existe nesse relacionamento??? E o triste é que justamente por abrir tantas possibilidades de algo a ser explorado em PROFUNDIDADE em um gênero literário conhecido, infelizmente, por sua SUPERFICIALIDADE, e rotulado como desqualificado para debates, idéias e discussões interessantes é...que não vai durar!

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